“- Certa vez Nietzsche afirmou: “De tudo quanto se escreve, só me agrada o que alguém escreveu com seu sangue. Escreva com sangue e descobrirás que o sangue é espírito”. Grave Melissa é uma dessas obras escritas com tamanha intensidade e, ao mesmo tempo, com a sensibilidade inerente aos poetas. Uma coletânea com variados tipos de contos, porém, com algo em comum: tratar das lacunas e carências da alma humana construindo pontes onde vidas se encontram e se completam.”
Tau Paixão é poetisa, contista e cronista sul baiana, filha de Itabuna e Vitória da Conquista. Linguista, estuda produção literária em cenários atípicos. Atua como professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação, além de ser chefe da revisão e curadoria de textos na revista literária internacional Aorta. Acredita e luta pelo ideal de que ler e escrever qualquer tipo de texto é para todos, por isso busca democratizar e facilitar acessos a conhecimentos e criticidades. Estreia em livros publicados com a coletânea de contos produzida em anos pandêmicos com “Grave Melissa”.
” Eram outros tempos. Se o “poeta das sete faces” estivesse vivo hoje diria que Alex Brito padece e floresce todo dia não porque – como disse Drummond de Vinícius – viva como poeta, mas porque enxerga a existência como tal, com um olhar específico que ultrapassa a superfície dos fatos e dos sentimentos e deslinda as entranhas, revelando suas estruturas mais íntimas.
A leitura de “Em cima da mesa poesia sangra” não deve ser superficial, uma vez que existe muito mais significado sob cada palavra do que a simples representação sonora do vocábulo. Cada poema abarca em si a capacidade de fazer o leitor experimentar o “sofrer” e o “morrer” em versos, para renascer na liberdade da poesia, tão evocada pelo poeta ao longo da obra.
Essa dualidade argumentativa fica explícita em soneto, que conversa com a sabedoria do imortal Gil, trazendo em sua última estrofe a tragédia e a beleza do “amor semente” que morre para nova vida germinar.”