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Olavo Bilac: O Príncipe dos poetas

Por Daise Priscila

Olavo Bilac, nascido em 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro, é uma das figuras mais emblemáticas da literatura brasileira. Conhecido como o “Príncipe dos Poetas”, título que lhe foi concedido em um concurso promovido pela revista Fon-Fon, Bilac foi um dos principais nomes do parnasianismo no Brasil, movimento literário que exaltava a perfeição formal e a beleza estética.

Desde cedo, Bilac demonstrou talento para as palavras. Ingressou na faculdade de Medicina, mas logo abandonou o curso para estudar Direito. Contudo, sua verdadeira paixão sempre foi a literatura. Ele se destacou por sua precisão linguística e pelo apurado senso estético, características que o tornaram uma referência entre os escritores de sua época. Sua obra mais famosa, Poesias (1888), reúne alguns dos poemas mais marcantes do parnasianismo, como “Via Láctea”, em que o autor celebra o amor com versos delicados e cheios de musicalidade:


“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…”

Bilac foi um mestre na arte da métrica perfeita e do rigor formal, mas sua escrita também revelava uma sensibilidade única. Apesar de ser um parnasiano, que, em teoria, separava arte e vida, sua poesia frequentemente refletia temas humanos universais como o amor, a morte e a contemplação da natureza. Ele conseguia transformar os sentimentos mais íntimos em obras de arte, equilibrando técnica e emoção.

Além da poesia, Olavo Bilac também se envolveu em causas cívicas. Foi um entusiasta do movimento republicano e dedicou-se à campanha pela obrigatoriedade do serviço militar, acreditando que isso fortaleceria a unidade nacional. Ele chegou a escrever textos patrióticos e fundou a Liga da Defesa Nacional. Suas ações cívicas lhe renderam reconhecimento, mas também algumas controvérsias.

Curiosamente, Bilac tinha uma veia humorística e sarcástica pouco conhecida. Ele era famoso por suas tiradas espirituosas e por sua habilidade em improvisar versos. Conta-se que, certa vez, ao ser cobrado por um alfaiate, respondeu com um bilhete em forma de poema:

“O alfaiate, homem insano,
Que me manda esta cobrança,
Esqueceu que, há mais de um ano,
Veste a roupa da esperança.”

A vida de Bilac também foi marcada por paixões intensas e desilusões. Ele teve um romance conturbado com Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira, mas nunca se casou. Dizem que seu coração pertencia à poesia, e que ele dedicava cada instante de sua vida a esse amor literário.

Bilac faleceu em 28 de dezembro de 1918, deixando um legado imensurável. Sua obra continua a inspirar gerações, e sua figura, imortalizada em versos e memórias, permanece viva na cultura brasileira. Olavo Bilac não foi apenas um poeta; foi um arquiteto das palavras, um apaixonado pela língua e um defensor incansável da beleza em todas as suas formas.

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Last modified: 16/12/2024

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