Written by 08:00 CRÔNICA

O café e a sua “solitude”

Crônica por: Alex Brito

Eu me sento na mesa do café da manhã, observando a xícara transparente, que, como um patrimônio histórico brasileiro, se tornou meu vício diário. Tudo parece tão normal para um dia comum, mas, ao redor da mesa de madeira, as cadeiras vazias me lembram que algo está faltando. Um minuto de silêncio e a sensação de que o momento perdeu vida.

Sinto falta de uma senhora de cabelos brancos, com um semblante de quem conhece todos os segredos da felicidade de uma existência inteira. Talvez de algumas crianças resmungando por não quererem o pão esquentado na chapa, com a casquinha quase queimada. Ou quem sabe, da bagunça dos cabelos esvoaçados na cadeira ao lado, me lembrando o quanto é difícil acordar quando se quer continuar enrolado nos braços de quem amamos.

Nos dias de hoje, tudo parece meio café da manhã. Vivemos uma repleta representação de algo que gostaríamos que fosse real, mas não é. Seguímos o vício matinal de dar bom dia por mensagens sem sentido emocional, enviando áudios quase robotizados aos amigos. Mas, na verdade, sentimos falta dos olhares, das pausas, da presença que tornava a mesa mais viva. Afinal, quando é que a “solitude” se instalou em nossos hábitos matinais?

Não perca nossas novidades!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Visited 3 times, 1 visit(s) today

Last modified: 26/05/2025

Close

Olá Aortano👋,
que bom te ver por aqui.

Inscreva-se e receba em primeira mão a nossa newsletters.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.