Por: Bruno de Azevedo
“Fahrenheit 451 é a temperatura em que o papel dos livros incendeia e começa a queimar”
Como viver numa sociedade em que ter um livro é considerado crime? Como passar adiante conhecimentos sem esses objetos importantes para a educação? Ou melhor, há preocupação em realmente promover a reflexão acerca do mundo?
Nesse cenário distópico e avesso ao mundo dos livros é que lemos esse “livraço”, escrito em 1953, mas com uma pegada totalmente atual. O autor, Ray Bradbury, quase que vislumbrou o mundo atual em que a ignorância e a alienação são meios “normais” de se viver em sociedade, afinal, toda e qualquer informação é obtida através da televisão de forma interativa. Entretanto, essas informações passam pelo crivo do governo totalitarista que proíbe comercialização dos livros.
O livro conta a história de Guy Montag, um bombeiro que tem como principal função queimar livros. Você não leu errado. Neste mundo, os bombeiros atuam queimando livros. Ou seja, agentes do governo têm como principal função queimar objetos (considerados perigosos) que são proibidos por lei. Nós já vimos esse cenário, não é mesmo?
“Um livro é uma arma carregada na casa vizinha. Queime-o.” (p.82)
Montag vive sua vida normalmente até que dois fatos chamam sua atenção e ele começa a prestar mais atenção à própria realidade e a que o cerca. Nesta realidade, as aparências e a alienação reinam e ao queimar a casa de uma senhora com ela dentro (ela se recusou a deixar seus livros) algo muda em seu íntimo e a vontade de ir contra o sistema que sempre apoiou, aflora com violência.
Como já adiantamos, esse é um livro de distopia, ou seja, “é o contrário da utopia, ou uma ‘utopia negativa’”(p.13). O objetivo, neste caso, não é criar um mundo ideal, mas sim, uma realidade que questiona os valores impostos como certos e alimentar conflitos de sistemas vigentes. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Vale muito a pena a leitura e indico fortemente que esta seja feita fazendo paralelos com nossa vida agora, no século 21. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Existem duas adaptações para o cinema: ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- Em 1966, dirigida por François Truffaut;
- Em 2018, dirigida por Ramin Bahrani.
Autor: Ray Bradbury
Editora: Biblioteca Azul
Páginas: 215
Last modified: 04/11/2024
Bruno como sempre nos faz mergulhar nas obras e não tem como não ter vontade de lê-las. Que resenha maravilhosa!