Crônicas semanais por Emerson Leandro Silva
NESTA VIDA, VOCÊ É UM PROTAGONISTA OU UM COADJUVANTE DE LUXO?

A busca pela felicidade é um dos atos de loucura mais comuns da nossa sociedade atual. Temo, na verdade, que essa ideia já ocupe os devaneios da humanidade desde que o mundo é mundo.
O grande equívoco dessa busca é que, além de ser um ideal inalcançável, ela nos retira o protagonismo decisório da nossa própria vida.
Terceirizar nossa responsabilidade, como se a felicidade resultasse de um encontro orquestrado por Deus ou pelo universo (o que, obviamente, não é), é a maneira mais eficaz de vivermos uma vida de frustração.
A felicidade, assim como o amor, não é um encontro: é uma construção que depende de nós para ser materializada, e não do outro, nem das coisas que desejamos ou compramos.
Fugimos e distorcemos o que ela é, porque é preciso encarar nossos próprios monstros nessa longa jornada de construção de si mesmo. Infelizmente, por mais que nos esforcemos, não há garantia de que atingiremos o nosso objetivo no final.
Ser feliz é uma decisão, não um lugar, coisa ou pessoa. Não é apenas uma tolice pensar o contrário; é imensamente arriscado supor que podemos entregar ao outro (seja coisa, pessoa ou lugar) essa responsabilidade e nos escantear, enquanto o poder de gerência sobre nossas vidas nos é arrancado lentamente diante de nossos olhos.
Hollywood nos vende a ideia de que essa entrega irresponsável é uma prova de amor. Eu, porém, acho que é a melhor definição de loucura.
Mas há quem acredite que o amor é justamente isso – e surpreende que considerem a felicidade exatamente a mesma coisa.
Last modified: 26/05/2025