Por Yara Fers
A literatura sempre foi um espelho da sociedade, refletindo suas nuances, desafios e reflexões. Nos últimos anos, testemunhamos uma ascensão significativa de obras com autoria LGBTI+, que não apenas enriquecem o panorama literário, mas também desempenham um papel crucial na promoção da diversidade.
A recente iniciativa do Clube de Leitura LGBTI+ no Museu de Arte da Bahia (MAB) exemplifica esse movimento. Idealizado pelo professor e pesquisador Nilton Milanez, o projeto busca criar um espaço de acolhimento e discussão para obras independentes de pessoas autoras LGBTI+ baianas ou residentes na Bahia.
E por que essa representatividade é tão importante na literatura? Quando leitores encontram poesia, personagens e narrativas que refletem suas próprias experiências e identidades, há uma inevitável identificação com suas vivências. Isso fortalece a autoestima, promove o senso de pertencimento e desafia preconceitos ainda presentes na sociedade.
Atualmente há um verdadeiro movimento, em que diversas pessoas autoras LGBTI+ estão ocupando o cenário literário, contribuindo para uma literatura plural, que resiste ao silenciamento. Suas obras inspiram outras vozes a se afirmarem na escrita, construindo pontes entre o individual e o coletivo, entre o íntimo e o político.
Editoras independentes, clubes de leitura e coletivos literários têm sido fundamentais nesse processo, porque também se tornam espaços de resistência, curadoria e afetos.
É nesse contexto que o Clube de Leitura LGBTI+ do MAB se torna ainda mais relevante. Com encontros mensais no Museu de Arte da Bahia, a proposta do clube é discutir textos de pessoas autoras LGBTI+ da Bahia ou radicados no estado, com entrada gratuita e aberta ao público. O clube também visa mapear e divulgar obras literárias com temática e autoria LGBTI+, contribuindo para a formação de leitores e a valorização dessas vozes que, por muito tempo, foram deixadas à margem.
O primeiro encontro será no dia 26 de abril, sábado, das 10h30 às 13h. Nele, as pessoas autoras que estiverem presentes terão oportunidade de apresentar suas obras. A partir de então será feita a programação mensal com a leitura dos livros selecionados. O clube será um importante espaço de discussão, mas também de troca e acolhimento. Escrever é também uma forma de existir e de resistir. E ler essas vozes diversas é um gesto de escuta, reconhecimento e transformação
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Last modified: 08/04/2025
