Por Bruno Azevedo

Escrever um livro não é fácil. Exige esforço, dedicação…um toque de talento e muita, muita vontade de gravar na folha de papel uma história que consiga prender o leitor do início ao fim da narrativa. Esse, definitivamente, é o caso de Stefano Volp, escritor do Segredo das Larvas.
SINOPSE: Em um futuro não tão distante, Freya mora em uma colônia onde pessoas de pele negra são confinadas. Lá, além de lidar com os transtornos mentais da mãe, ela vive constantemente assombrada pela Filtragem, o programa da metrópole que promete selecionar as garotas mais belas para passarem o restante de suas vidas em Éden, desfrutando dos privilégios da capital tão desejada.
Apesar de não conhecer o mundo do outro lado da cerca, Freya se recusa a acreditar nessas promessas. Ela tem certeza de que a convocação é um disfarce para os piores pesadelos. Algo terrível acontece nas beiras do mundo e as garotas filtradas correm perigo. Freya sabe de tudo isso porque sua própria mãe foi uma Filtrada. A única que retornou…
A história descreve como o povo preto sofre com um sistema racista e opressor. A violência faz parte da rotina que busca na alienação e sofrimento o domínio total de uma ideologia branca, “pura” e “imaculada”. Ficção e fatos históricos reais se misturam em uma narrativa cheia de referências aos processos nefastos que já vivemos, mas que continuam a acontecer em casos cotidianos.
As mulheres, como sempre, são as mais atingidas pelo sistema. Afinal, cabe a elas a triste realidade de sofrer nas mãos de homens brancos corruptos e com sede de poder e luxúria. Os cabelos brancos das personagens simbolizam um embranquecimento tão desejado pela classe dominante em detrimento a população negra. Excluir quaisquer traços de negritude é primordial nesta sociedade disfuncional.
Semelhança com o processo de miscigenação brasileira? Claro!
Este é um livro de distopia que tem como alicerce a história de um povo que foi escravizado, violentado, explorado, mas que resistiu. A personagem principal, simboliza a esperança e a possibilidade de rebelião. A cultura de um povo não deve permanecer cativo frente aos domínios fascistas.
Representatividade, ancestralidade, resistência e revolta, fazem parte do livro um desta série que me deixou muito animado para a continuação (espero que em breve!).
Ah, se você gostou de ler “O Conto da Aia” e “Jogos Vorazes”, talvez você faça associações que podem ter inspirado o autor a escrever essa obra distopica muito interessante! Leia!!!
Autor: Stefano Volp
Editora: Galera
Páginas: 406
Last modified: 28/05/2025