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Dia Nacional do Escritor

Para celebrar, a Revista Aorta trouxe para cá, novamente, os entrevistados da coluna “Leitura” da nossa Aortana Cinthia Fragoso e perguntou-lhes o que é para eles ser escritor.

Preparem os confettis que vem aí o dia nacional dos criadores de mundos, construtores de universos inteiros e tecelões de emoções e de memórias!

Antes de mais, quero parabenizar todos os escritores brasileiros e desejar-lhes um dia cheio de criatividade e folhas de papel!

Para celebrar, a Revista Aorta trouxe para cá, novamente, os entrevistados da coluna “Leitura” da nossa Aortana Cinthia Fragoso e perguntou-lhes o que é para eles ser escritor. E, claro, como todo o escritor com riqueza de detalhes e uma sensibilidade especial, as respostas foram extensas, poéticas e inspiradoras.

Rafael de Abreu, poeta contemporâneo, com dois livros de poesia publicados, diz que “ser escritor é, em primeiro lugar, entender as palavras como signos de um processo que busca a comunicação” não podia concordar mais com esta abertura do tema, pois “escrever é primordialmente a execução da necessidade humana de se comunicar. Quem escreve deseja ser lido” acrescenta Rafael, com a sua sapiência.

“Mas escrever é um escândalo!”, contrapõe  Mari Ventura no seu livro mulher mariposa, um livro delicioso que já passou aqui pela aorta na VII edição. É um escândalo conseguir tecer emoções, memórias, manipular frases e palavras para tocar as emoções do leitor, é realmente um escândalo conseguir descrever sons, cheiros, texturas, atmosferas, tornando o ambiente bem vivo e transportando o leitor para os cenários.

Ser escritor requer uma sensibilidade requintada para entender e expressar as nuances das emoções humanas e, para além disso, “é um compromisso com a beleza, a verdade e a emoção” refere Jeane Tertuliano, amante do estilo gótico contemporâneo, já com 16 livros lançados na categoria adulto e infantojuvenil. Acrescenta ainda que “é navegar nas profundezas da alma em busca de verdades universais”, mesmo quando se escreve ficção ou fantasia, procura capturar as verdades universais sobre a vida e a existência.

“Tenho poemas em mim, uns em carne viva outros em decomposição” escreve Mari Ventura, no seu livro. Escrever é explorar a condição humana, questionar a própria identidade, propósito e moralidade. É um intérprete dos mundos internos, “é um ato de coragem, uma exposição da própria vulnerabilidade” conta Jeane. É ser explorador dos pensamentos, medos, sonhos e desejos… e é nessa introspeção profunda que oferece uma janela única para a complexidade da mente humana.

O Rafael, especificamente como poeta, “olha a escrita como uma necessária insubordinação ao significado das palavras, a partir de uma figuração da linguagem, que ganha especial importância numa sociedade cada vez mais literal e tecnicista.”

É ser guardião de sonhos, bordador de destinos, “enfeitiço com a minha caneta” relata Mari Ventura ainda no seu livro, é desenhar universos com a alma, é ouvir o sussurro dos silêncios com todos os sentidos alerta.

A escrita de Jeane é “a forma de compreender e transformar o mundo, de dar voz ao que muitas vezes permanece silenciado.” Ser escritor significa carregar o peso do mundo e dar voz aos silenciados e eco aos esquecidos.

“Escrever é saber o que fica: antes e depois do corpo, a palavra vai permanecer. Ser escritora é – contra todas as possibilidades, contra todas as chances, deveres e vontades – não morrer” refere Lara Nunes, poeta, cantora, compositora. Autora de 2 livros e membro da Periferia Brasileira de Letras (PBL) conta-nos o segredo para eternizar instantes.

Já o poeta Rafael diz que “é capaz de se comunicar com o leitor em níveis irracionais, níveis mais primitivos da experiência humana”. Considero que é mais do que um meio de comunicação, mas sim uma forma de arte que transcende o mundano e captura a essência da experiência humana.

“Porque, no fundo, a escrita é uma forma de existir, de deixar marca no mundo e de fazer a diferença na vida dos leitores” remata Jeane, e termina com “ser escritora é, sobretudo, um ato de amor”. Não podia encontrar melhor forma de terminar este artigo, com um ato de amor… Ser escritor é ser ponte entre corações, é viver mil vidas numa só existência e levar na mão apenas a caneta.

Por Joana Pereira

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Last modified: 13/08/2024

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