Por: Márcia Vieira Ávila
Aconteceu este fim-de-semana em Barcelona, Espanha, a 7.ª edição do Festival Katharsis, um evento imersivo onde a poesia e a fotografia poética ganham palco no seu modo mais puro e íntegro.
É com um enorme prazer que vos falo em primeira mão como Aortana que sente o pulsar em qualquer parte do mundo, que fui a convidada especial que encerrou o Festival com declamação em português da minha obra 1024.
Representar Portugal num certame desta natureza, como poetisa, mas também como fotógrafa formada em Lisboa, enfatiza que a poesia escrita na nossa língua tem uma força inimaginável.
Temos uma língua riquíssima, sonante e poderosa de sentimento que é capaz de fazer parar o mundo para nos ouvir. Este é, sem dúvida, o acontecimento que marca a minha carreira como poetisa e amante de poesia.
Confesso que a poesia é, em si, uma catarse, como o próprio nome do festival indica, e que a fotografia poética carrega ainda mais essa responsabilidade de traduzir em imagens o mais profundo que existe.
Como representante poética de Portugal em Espanha e como membro da Direcção da Aorta, tive o prazer de mencionar a nossa revista no mundo literário aqui tão próximo e tão especial, como o mercado livreiro espanhol.
Uma grande honra levar também o meu Mundo M e o Clube de Leitura TRANSATLÂNTICOS — parceiro literário da Revista Aorta —, a um Festival Poético Internacional que tanto se identifica connosco e com as nossas directrizes Aortanas.
Barcelona é uma cidade lindíssima e extremamente acolhedora, tal como o Centro Kipu, que nos recebeu no seu doce espaço interdisciplinar. Para mim, é ainda uma cidade com um significado literário fortíssimo. Esta é a segunda vez que a visito por meio das letras. Desta feita, como poeta convidada não-residente em Espanha, da primeira,como vencedora de um concurso literário proporcionado, na altura, pelo jornal português Blitz, um jornal de carácter musical.
Se o prémio no ano 2000 foi descobrir Barcelona através da música da islandesa Björk, desta feita, foi pela mão do grandioso músico Emci Rimas, diretor deste festival, fotógrafo e poeta colombiano de renome no mundo do Hip-Hop, sediado nesta cidade à beira do Mediterrâneo, que este ano abraça o Festival Katharsis pela segunda vez.
Esperamos manter a participação da nossa língua nas próximas edições deste Festival e polvilhar o mundo com a nossa poesia fotográfica saída da alma que a todos encanta.
Um bem-haja a toda a organização, a todos os amigos que levo deste evento para a vida e a Barcelona, que sempre tão bem me recebe, agora com o coração mais pulsante e Aortano.
Um verdadeiro Transatlântico cheio de emoções e agradecimentos genuínos e profundos.
#sintaopulsar
Last modified: 28/10/2024