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O CANTO LIBERTADOR DE MAYA ANGELOU: uma escrita inspiradora e poderosa

Sabe quando você se pega pensando numa leitura que lhe marcou não só pelo teor escrito, mas também pela forma como cada palavra foi ordenada? Pois é, este é o caso de “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou.

Por Bruno de Azevedo

Sabe quando você se pega pensando numa leitura que lhe marcou não só pelo teor escrito, mas também pela forma como cada palavra foi ordenada? Pois é, este é o caso de “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou.

Maya foi um furacão em forma de mulher. Escritora, poetisa, atriz, produtora, cantora…ela era um copo de água que transbordava e matava a sede de conhecimento nos dias quentes de verão. Sua genialidade era incomparável!

Em seu livro autobiográfico, Maya nos conta sobre sua vida. Mulher preta, criada pela avó paterna no sul dos EUA, ela vivia na pele sob o poder destrutivo do racismo e as humilhações aos quais todo negro passava.

“As pessoas de Stamps diziam que os brancos da nossa cidade tinham tanto preconceito que um Negro não podia comprar sorvete de baunilha. Exceto no Quatro de Julho. Nos outros dias, nós tínhamos que nos satisfazer com chocolate” (p.67)

“Minha raça gemeu. Era nosso povo caindo. Era outro linchamento, mais um negro enforcado em uma árvore. Mais uma mulher emboscada e estuprada. Um garoto negro chicoteado e ferido. Eram cachorros na trilha de um homem correndo por pântanos gosmentos. Era uma mulher branca estapeando a empregada por ser esquecida”(p.162)

Esse é mais um livro que nos inquieta e fala não só sobre racismo, mas também sobre segregação, abuso e violência. Todavia, a mensagem que Maya nos trás é mais poderosa. Em suas palavras, a autora quer nos enviar uma luz e acender a chama da esperança através da superação. Talvez “libertação” se adeque melhor à vida e obra de Marguerite Ann Johnson.

Maya encontrou na arte uma maneira de libertação e sua voz ecoou alto! Por isso a metáfora do título do livro: cantar, mesmo que o universo ao seu redor lhe aprisione e tente calar a sua voz. Cantar, mesmo que a sociedade lhe diga para fazer o contrário. Cantar, mesmo que as vozes da sua cabeça, lhe impulsione ao conformismo e a servidão. Cantar! Sempre cantar!

“Este livro é dedicado ao meu filho, Guy Johnson, e a todos os fortes e promissores pássaros negros que desafiam as probabilidades e os deuses e cantam suas canções.”

Esta é uma leitura poderosa que tem a capacidade de emocionar e nos fazer refletir sobre o mundo racista em que vivemos!

Este é um livro precioso, que nos ensina como podemos nos reerguer frente às adversidades deste mundo que nos aprisiona!

Recomendo fortemente a leitura!

Até a próxima!

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Last modified: 15/08/2024

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