Crônicas semanais por Emerson Leandro Silva

NÃO PERCA TEMPO VIVENDO UMA VIDA QUE NÃO É SUA
Você já se perguntou por que é tão difícil começar algo novo, algo que nos tire de onde estamos e nos leve para onde queremos ou supomos que merecemos? Refiro-me aqui àquelas coisas cujo sucesso depende exclusivamente de nossas decisões e capacidade de execução.
Sabe aquela lista de resoluções de Réveillon que você prometeu cumprir enquanto pulava sete ondinhas ou fazia qualquer outra superstição tola? Quando olha para essa lista hoje e percebe o quanto não a realizou, como justifica esse fato? Suas justificativas se baseiam na terceirização da responsabilidade ou no reconhecimento de que, até agora, você não fez o que era necessário para alcançar seus objetivos?
Você é daqueles que traçam metas ambiciosas demais e, como não se contenta com pouco, ou faz tudo o que precisa ou não faz nada? Você É ASSIM e, como a Gabriela, “nasceu assim, cresceu assim”?
Acredito que o julgamento do outro tem tanto poder de nos paralisar porque, quando estamos no papel de espectadores dos sonhos alheios, somos igualmente mordazes com as ambições deles. Tememos que a mesma crueldade e cinismo com que ridicularizamos os outros seja usada contra nós e, então, em um mecanismo clássico de defesa, nosso cérebro cria uma lógica que justifique nossos fracassos ou nos mantenha imóveis, presos a uma zona cinza e sem graça de nossas vidas.
A GENTE MUDA OU DEVE SE CALAR
Quando entendemos que confrontar continuamente a nossa visão de mundo é um catalisador para o nosso crescimento, reconhecemos nossa insignificância e percebemos que nossa opinião é fruto de uma visão limitada, baseada no ponto de vista de onde escolhemos viver.
Aquilo que vemos da vida alheia e a forma como interpretamos não são a verdade absoluta. Agir como se fossem nos torna não apenas carrascos dos outros, mas também algozes de nós mesmos. Sem perceber, a cada “simples opinião” que formulamos sobre as escolhas alheias, em cada comentário ou pensamento “inocente” que emitimos, reside o veneno que nos paralisa ou dificulta a conquista do que realmente queremos. Afinal, se concentramos nossa energia em julgar os outros, desviamos parte da força que deveríamos empregar na construção do nosso próprio caminho.
Se, ao invés disso, nos focarmos em gerir nossa vida da melhor maneira possível — reconhecendo nossas falhas, reavaliando nossos planos, entendendo o contexto em que vivemos e agindo conforme o necessário —, nossa existência se tornará mais leve.
Então, perceberemos que nossa aparente insignificância pode ser, na verdade, muito significativa se aceitarmos que devemos nos concentrar apenas naquilo que podemos mudar: nós mesmos. Afinal, se viver a sua própria vida já dá tanto trabalho, por que perder tempo tentando cuidar da dos outros?
Arte Crônicas CULTURA Literatura
Last modified: 28/03/2025