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Meu amigo Dahmer

Coluna: Banco de resenhaspor: Gabi Mattos

“Dahmer não contava como pessoa real. Ele passava o dia despercebido.”

Neste quadrinho encaramos outra face de um dos mais famosos assassinos em série da história, Jeffrey Dahmer. A obra relata alguns anos da vida de Dahmer pelo ponto de vista de um amigo do colégio, no qual relata as memórias da convivência de ambos, trazendo à tona o que ocorreu nos anos que precederam os assassinatos. O autor, claramente, não contou apenas com a memória para o desenvolvimento da obra, mas também realizou as mais diversas pesquisas, bem como entrevistou outras pessoas que fizeram parte da vida do criminoso quando ainda jovem. Todas as referências e a trajetória do início de escrita do livro à publicação em questão são parte do livro, deixando tudo mais real e palpável ao leitor.

                A história traz vários âmbitos da vida de Jeffrey Dahmer, desde suas relações familiares aos seus amigos na escola. Dahmer é relatado como um garoto solitário, fechado e até “estranho”, como acontece no prólogo no qual ele encontra um gato morto junto à estrada e o leva para casa para colocá-lo em um vidro de ácido para soltar a pele e órgãos dos ossos do animal, acaba mostrando sua macabra coleção de corpos em decomposição para seus amigos. As reações não podiam ser diferentes. Já os pais viviam em pé de guerra, sempre com brigas enormes dentro de casa, conviveu nesse ambiente hostil com seu irmão mais novo por anos, até o divórcio dos pais e o abandono completo.

                O autor retrata como muitas vidas poderiam ter sido salvas, não tirando a culpa de Dahmer, pois se matou tantas pessoas e o modo brutal que as matou, a responsabilidade foi única e exclusivamente dele. Mas como foram tantos os episódios de negligência sofridos. Os sinais estavam muito claros, porém os pais estavam muito ocupados com discussões e os professores e diretores da escola não estavam realmente muito interessados em qualquer coisa da vida dos alunos.

                Apesar de ter começado a leitura com expectativas diferentes, pois sempre que ouvimos falar de livros que retratam assassinos em série, esperamos descrições sanguinolentas, gostei muito da obra! É visível todo o cuidado que o autor teve ao fazer a pesquisa da vida de Dahmer e não deixar de retratá-lo como culpado, mas sim culpando também aqueles que estavam à volta dele. Não espere grandes descrições dos crimes ou das investigações, pois não é disso que se trata, mas é uma excelente leitura para quem gosta de acompanhar a “evolução” da mente de um assassino, que passa de animais no ácido até o momento que decide matar e executa a ação.

                Triste, forte e de embrulhar o estômago.

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Last modified: 08/11/2024

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